PF aponta indícios de rachadinha no gabinete da deputada Lucinha, da Alerj

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Deputada é investigada por ligação com milícia

A Polícia Federal (PF) encontrou indícios da prática de rachadinha (quando o
parlamentar fica com parte do salário de funcionários) no gabinete da deputada
Lucinha (PSD), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo a corporação, a suspeita foi identificada durante a análise do material apreendido pelo Ministério Público (MP) e pela PF durante a operação que revelou
indícios de relação entre a deputada e a milícia controlada por Luis Antônio da Silva
Braga, o Zinho. Lucinha é suspeita de ser o braço político do grupo criminosos.
Na casa da deputada, os agentes apreenderam informações de contabilidade e
dinheiro, que segundo a PF, indicam a prática da rachadinha. Pelo menos 11
funcionários estariam recebendo salários menores do que o que demonstravam
seus contra-cheques da Alerj.

Entre os valores identificados para cada funcionário, alguns contavam com desvio
de até 60% do valor total.

O assessor Leonardo, por exemplo, teria direito de receber um salário de R$ 9,217
mil, segundo seu contra-cheque emitido pela Alerj. Contudo, de acordo com os
pacotes encontrados pela PF, os repasses para ele eram 22% desse valor. Ou
seja, ele recebia pouco mais de R$ 7 mil de salário.

Processo na Justiça
O caso da funcionária Vanessa é mais grave. Ela deveria receber R$ 9,42 mil por
mês. Contudo, no envelope identificado com seu nome havia apenas 60% disso
(R$ 5,424 mil).

Lucinha já responde a um processo por suspeitas de rachadinha em seu gabinete.
Segundo o Ministério Público, entre 2011 e 2015, ela desviou para benefício próprio
e de terceiros mais de R$ 173 mil. Este processo tramita na Justiça do Rio e está
em fase final.