PF indicia governador do RJ por corrupção e peculato

Castro

Cláudio Castro se tornou o 7º governante fluminense a ser alvo de
investigação nos últimos oito anos. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema em mandatos anteriores, quando era vereador e vice-governador do estado

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se tornou o 7º governante
fluminense a ser alvo de investigação nos últimos oito anos. A Polícia Federal
indiciou o chefe do Executivo estadual pelos crimes de corrupção e peculato.
Castro é suspeito de envolvimento em um suposto esquema de corrupção na
Fundação Leão XIII, em 2017, quando era vereador. O indiciamento foi divulgado
pelo Uol.

O político é investigado desde o ano passado, com autorização do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), e foi indiciado a partir dessa apuração.

O indiciamento é o procedimento em que o delegado de polícia, no âmbito de uma
investigação, conclui que há indícios de crime e associa os possíveis delitos a uma
pessoa ou grupo de pessoas.

Em dezembro de 2023, Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação de Cláudio Castro,
chegou a ser alvo da Operação Sétimo Mandamento, da PF, numa investigação
sobre possíveis fraudes em programas assistenciais do estado. A operação
também teve aval do STJ.

“A defesa técnica não irá se manifestar a respeito do procedimento que corre sob
sigilo”, afirmaram os advogados de Sarciá Rocha.

Cláudio Castro está convencido de que PF está agindo com motivação política. Em
entrevista ao site Agenda do Poder, ele cita três pontos que lhe trouxeram
estranheza no caso: “o vazamento criminoso” da informação sem que a defesa
tivesse acesso aos autos; o fato de não ter sido ouvido até agora pela PF; e a
provável usurpação de competência do ministro Raul Araújo, relator da ação no
STJ, na decisão de indiciá-lo.
Casos em que o acusado tem foro especial, por prerrogativa de função, como o
dele, somente a ministro responsável pelo inquérito pode promover o indiciamento.
A Policia Federal atua sob delegação, reunindo apenas informações para decisão
do relator.

Defesa vai pedir a anulação do ato

Se efetivamente a autoridade policial tiver decidido pelo indiciamento, a defesa do
governador vão pedir a imediata anulação do ato, dada a flagrante irregularidade.
“Após cinco anos da chamada Operação Catarata, eu sequer fui ouvido. Não tive
ainda a oportunidade de apresentar minha versão sobre os fatos”, protesta.
Castro defende ainda o imediato afastamento do delegado responsável pelo caso
para que seja apurado o vazamento da informação.

“Esse vazamento, sem que a defesa tenha acesso aos autos, é um crime
abominável. O delegado deve ser afastado para que tudo seja esclarecido. Se
houve indiciamento, as cartas já estão mesa, não há motivo para que a defesa não
tenha acesso ao inquérito. Isto, se confirmado, constitui cerceamento da defesa”,
conclui.