Playboy da Curicica é morto em operação da Polícia Civil na Zona Norte do Rio

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Leandro Xavier da Silva, o Playboy, e Ivert Leone Ramos Ferreira (à direita), apontado como segurança dele, foram baleados durante operação da Core e da Draco/Reprodução

Blindado da Polícia Civil em operação para prender o miliciano Playboy da Curicica na Maré/Reprodução

Mauro Cezar, delegado da Core, durante coletiva na Cidade da Polícia sobre a operação/Reprodução

Miliciano estava escondido sob proteção de traficantes Complexo da Maré/Reprodução

‘Perigoso e cruel com suas vítimas’. Esse é o perfil do miliciano Leandro Xavier da
Silva, o Playboy da Curicica, morto nesta quinta-feira (29) durante uma operação da PolíciaCivil. O delegado adjunto da especializada, Mauro Cezar, disse que o bandido foi encontrado em um local que funcionava como bunker do tráfico na comunidade Vila dos Pinheiros, na Zona Norte do Rio.

De acordo com o delegado, o bandido estava escondido na comunidade sob a
proteção do Terceiro Comando Puro (TCP), após formação de “aliança” entre os
grupos. Playboy era o líder da milícia que atua no bairro de Curicica, Zona Oeste do
Rio e responsável por liderar ataques por disputa de territórios em comunidades da
Zona Oeste do Rio.

“O Playboy era um miliciano bastante agressivo, tanto que pendia contra ele um
mandado de prisão pelo crime de homicídio. Ele era investigado por outras mortes e
extorsões. Era um criminoso bastante perigoso e cruel com suas vítimas e com
criminosos de fações rivais. No início do ano houve muitas guerras travadas por
conta da disputa de territórios nas comunidades da Zona Oeste do Rio”, afirmou
Mauro César, em entrevista coletiva na Cidade da Polícia.

Tanto essa região de Curicica, Muzema, Rio das Pedras e Tijuquinha foram palco
de intensas guerras entre facções criminosas diferentes e rivais. O Playboy era um
dos responsáveis por puxar essas guerras. Por isso, essa ação foi muito
importante”, disse Mauro Cezar.

Ação planejada
Segundo o delegado, a ação foi planejada para que o miliciano fosse capturado.
Mas, ao perceber a aproximação dos agentes, ele e seu comparsa reagiram e
foram baleados. Os dois chegaram a ser socorridos, mas não resistiram aos
ferimentos. “A polícia agiu de forma moderada utilizando os meios necessários para
repelir a injusta agressão”, comentou.

Cezar explicou ainda que Playboy já era monitorado desde o início de janeiro,
mesma época em que a região dominada por ele era alvo de uma série de disputas
pelo comando territorial. “Conseguimos identificar que para poder proteger os
territórios, que vinha sendo atacados por outra facção criminosa, os milicianos
dessa região se aliaram ao TCP. Inclusive, hoje ele estava homiziado dentro de um
dos bunkers dessa facção criminosa”, detalhou.

Blindados e aeronaves em apoio aos agentes
A ação da Polícia Civil contou com a participação de veículos blindados, aeronaves
e também de equipes especializadas. Segundo a corporação, a ação foi planejada
para evitar que o conflito impactasse na população que reside na comunidade.

“Aquela favela da Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, tem histórico de
violência contra os policiais. A gente sabe que operações ali são sensíveis, uma
vez que esses narcotraficantes recebem a polícia com tiros de fuzil, com
explosivos, técnicas militares e táticas de guerrilha. Por isso, as operações naquela
localidade tem que ser muito planejadas com o uso de veículos blindados,
aeronaves e equipes especializadas. Nos preparamos para isso”, detalhou o
delegado titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Fabrício Oliveira.