PM instaura processo para apurar denúncias de fraude em concurso da corporação no Rio

Concurso

Surtiu efeito a audiência pública da Comissão de Segurança da Assembleia
Legislativa do Rio (Alerj), realizada na última segunda-feira (11/09), para discutir o
cancelamento de uma das etapas do concurso da Polícia Militar por suspeita de
fraude. Na terça-feira (12/09), a Secretaria de Estado do órgão abriu um processo
administrativo para investigar o Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento
Executivo (Ibade), responsável pelo certame.

A decisão, publicada em Diário Oficial, prevê que os trabalhos sejam concluídos em
20 dias. O Ibade, porém, tem se mostrado favorável à continuidade do concurso,
alegando que os casos foram isolados e, desta forma, não teriam impactado no
resultado. No dia da audiência, o instituto enviou um comunicado informando que
160 candidatos haviam sido eliminados, sendo que 130 deles por uso indevido de
aparelhos eletrônicos.

Segundo os deputados, além de uma segunda investigação no âmbito da Polícia
Civil, há mais 255 denúncias no Ministério Público. A tenente-coronel Carla Martins, do RH da PM, admitiu que o Ibade foi contrata sem licitação e que ainda não há data para a realização das novas provas – por hora, o governo cancelou apenas a etapa do dia 27 de agosto, que foi quando surgiram as denúncias a partir de vídeos postados em redes sociais.

Contra a anulação
O concurso teve 119 mil inscritos para duas mil vagas. Na reunião da Alerj, boa
parte dos candidatos se mostraram contra a anulação e criticaram o governo e os
deputados pela decisão. Mas Giovani Ratinho (Solidariedade) lembra que o Ibade
responde 675 processos na Justiça por irregularidades, sendo ele originário da
Fundação Carlos Augusto Bitencourt (Funcab) que, com os mesmos diretores,
possui outras 1.382 ações.

“O mais grave é que o Ibade foi contratado pelo Governo do Estado sem licitação,
que ainda teve um custo de R$ 5,7 milhões para que o concurso fosse realizado
sem lisura. É inadmissível contratar uma empresa que não tenha transparência. O
problema é que quem estudou vai acabar sendo prejudicado. Agora temos que
esperar as investigações”, disse.