Polícia Civil faz operação contra o tráfico dentro de condomínios do Minha Casa, Minha Vida

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Os agentes apreenderam 7 fuzis, além de munição, outras armas e uma máscara durante a operação/Reprodução

Investições apontam que criminosos destituíam síndicos para realizar cobranças ilegais em prédios; nove pessoas foram presas

Nove criminosos foram presos, entre mandados cumpridos e flagrantes, durante
operação da Polícia Civil, realizada nesta terça-feira (13), em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, contra a cobrança de serviços ilegais e restrições impostas por
traficantes de drogas na região. O objetivo era cumprir 7 mandados de busca e
apreensão e um de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal de Bangu. Na ação,
foram apreendidos 7 fuzis, além de munição, outras armas e uma máscara.

Os alvos dos agentes foram as comunidades da Coreia, do Rebu e da Vila Aliança,
além de um condomínio do Minha Casa, Minha Vida. A operação foi chamada de
Sanitizer, saneadora em latim, pois o objetivo é sanear as irregularidades
identificadas pelos agentes.

De acordo com as investigações, os bandidos passaram a impor síndicos que
fossem da confiança da quadrilha em prédios da região e que atuavam como
arrecadadores de taxas extorsivas impostas aos moradores para ter acesso a
energia elétrica, água encanada, gás natural residencial e serviços de internet.
O acesso dos funcionários das concessionárias era impedido por criminosos, que
realizavam ligações clandestinas.

“Eles expulsaram o síndico. A gente não pode mais fazer eleição de síndico, a
gente não pode fazer mais nada. É ele que põe a síndica lá, a síndica que está lá é
a mando deles”, afirmou um morador, que não quis ser identificado.

Participaram da operação equipes da Delegacia de Defesa de Serviços Delegados
(DDSD), do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da
Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).

Controle geral
Os condomínios controlados pelos traficantes fazem parte do programa Minha Casa
Minha Vida, do governo federal, e foram inaugurados em 2011. São cerca de 1,8
mil apartamentos.

Os moradores contaram que a rotina era tranquila até a chegada dos criminosos.
Os valores cobrados passam a ser usado pelo tráfico, não na manutenção dos
prédios. O comércio também passou a ser controlado pelos bandidos.

“Todos os comerciantes da área, eles estão proibidos de comprar cigarro. Eles só
podem comprar agora na mão desse pessoal que toma conta aqui”, denunciou
outro morador.