Polícia faz cerco a garotos de programa em operação de combate a extorsão contra clientes no Rio

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Fábio dos Santos Pita Junior, o Pedro Dominador, é um dos presos na operação/Divulgação/PM/Agência O Dia

Uma das vítimas perdeu R$ 73 mil para um dos integrantes da quadrilha que ameaça expor vídeos de encontros sexuais

Uma quadrilha formada por garotos de programa investigados por ameaçar e
extorquir dinheiro de clientes após encontros foi alvo de uma operação nesta quinta-feira (6). Na ação, realizada pela 21ª DP (Bonsucesso), três suspeitos foram presos. Uma das vítimas disse que foi obrigada a dar R$ 73 mil a um dos integrantes da quadrilha.

Segundo a polícia, os presos são: Cynara Ferreira da Silva, Fábio dos Santos Pita
Junior, conhecido como Pedro Dominador, e Ronaldo da Silva Gonçalves. Todos
foram encontrados em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Os mandados
foram expedidos pela 29ª Vara Criminal da Capital.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação começou há um mês, após uma vítima
procurar a delegacia e denunciar que estava sendo chantageada por Fábio dos
Santos.

O delegado Álvaro de Oliveira Gomes, titular da 21ª DP (Bonsucesso), contou que
as vítimas conheciam os garotos de programa através de um site especializado.
Ainda segundo as investigações, após o sexo, eles ameaçavam vazar dados
bancários, pessoais, fotos e vídeos.

Exposição para a família
O jovem havia feito contato com um dos homens e, depois de um encontro, passou
a receber mensagens com ameaças de exposição para a família do encontro que
tiveram.

Com medo, a vítima procurou a polícia e contou que as abordagens partiam de mais
de um membro do grupo. Ele relatou ainda que, para evitar ter a intimidade exposta, realizou pagamentos por PIX. No entanto, o rapaz decidiu procurar a polícia após ameaças feitas à família dele.

“As investigações duraram um mês e meio quando a primeira vítima nos procurou
narrando esse fato. E ela disse que após um encontro íntimo com o Pedro
Dominador, que é o Fábio, e passou a receber mensagens dele exigindo uma
quantia dele em dinheiro. Caso contrário, ele iria entrar em contato com as famílias e expor a pessoa. Ele disse que, inclusive, teria gravado o encontro deles e seria
exposto em rede social. Fato que não era verdadeiro”, relatou o delegado Álvaro
Gomes.

Esquema criminosos

Para os investigadores, Fábio e Ronaldo faziam as ameaças, e Cynara era a
responsável por movimentar o dinheiro extorquido. Outros garotos de programa
também fazem parte do esquema criminosos.

“Até agora eles estão respondendo por extorsão, que a pena vai de 4 a 10 anos e é
a mesma de roubo, e associação criminosa. Porque eles se associaram para
praticar esses crimes. Além disso, estamos investigando uma possível lavagem de
dinheiro que eles obtinham”, disse o delegado Álvaro Gomes.