Polícia prende 3 em operação contra extorsão do tráfico da Ilha do Governador a motoristas de aplicativos
Leonardo Alves dos Santos, o Valoroso, foi preso na Ilha
A Polícia Civil do RJ iniciou nesta quinta-feira (20) a Operação Bandeira Livre, contra traficantes da Ilha do Governador que vêm extorquindo dinheiro de motoristas de aplicativos. Até a última atualização desta reportagem, 3 homens haviam sido presos: Anderson dos Santos Barbosa, Leonardo Alves dos Santos, o Valoroso, e Leonardo Rodrigues Pereira, o Dogão.
Agentes da 37ª DP (Ilha), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de outras delegacias, saíram para cumprir mandados de prisão contra 5 traficantes do Morro do Dendê, dominado pelo Terceiro Comando Puro.
Prejuízos e emboscadas
Este mês, o g1 mostrou que criminosos estão ameaçando queimar ou quebrar os carros de quem não pagar uma taxa semanal.
A investigação mostra que o tráfico do Dendê montou planilhas de cobranças semanais e até criou adesivos a fim de “identificar” os motoristas que estão autorizados ou não a trabalhar na região.
Há duas formas de abordagens, conforme apontou um relatório do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a que o g1 teve acesso:
Motociclistas, que cumprem a função de fiscais da quadrilha, identificam quem está circulando pelo bairro sem o adesivo; Falsas corridas, onde os motoristas são atraídos para a sede da cooperativa do crime, que fica na Rua Grana, esquina com a Rua Baviera, entrada do Dendê.
‘Ilha de risco’
Como consequência da extorsão dessa narcomilícia, motoristas de aplicativo estão evitando aceitar corridas com destino à Ilha do Governador. Plataformas como Uber e 99 também passaram a identificar mais “áreas de risco” no bairro.
Um dos exemplos é a Rua Haroldo Lobo, no sub-bairro Portuguesa, uma região residencial, de prédios e casas. Para o aplicativo, essa é uma área de risco.
O alerta também aparece para o motorista que recebe um pedido de corrida para a Rua Ailton Vasconcelos, no Jardim Guanabara, bairro de classe média-alta da Ilha do Governador.
A distância entre as ruas é de cerca de 7 quilômetros. O Hospital Municipal Evandro Freire fica no caminho.
Ainda no Jardim Guanabara, a Majestosa, uma confeitaria tradicional, também passou a ser indicada como área de risco. Até mesmo a Estrada do Galeão, única entrada e saída da Ilha do Governador, tem área de risco indicada por um aplicativo.
Um motorista revelou ao RJ2 que só aceita corrida para a Ilha do Governador se tiver um retorno garantido, seja com o mesmo passageiro ou em um local onde a volta seja quase certa, como o Aeroporto do Galeão.
“A chegada até que tudo bem. Até o aeroporto, você consegue circular. Mas assim chegando na Ilha lá, tem certos lugares que estão bem complicados”, relatou.
“Os bandidos estão pegando a gente e cobrando R$ 600 se não for morador da Ilha. E R$ 400 para quem é morador da Ilha. Está muito complicado de trabalhar lá. E isso aí está afastando todo mundo”, emendou. (Com informações do g1)