Polícia prende empresário suspeito de lavar dinheiro para milícia do Rio

Miliciano

Clebinho possui postos de combustíveis e de conveniência no RJ e em
MG

 

Dono de postos de combustíveis, ele emitia notas falsas em seus empreendimentos para tornar lícito os milhões obtidos das extorsões da quadrilha

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (1º) um empresário por suposto envolvimento com a milícia do Rio. Cléber Oliveira da Silva, conhecido como Clebinho, possui postos de combustíveis e de conveniência nos estados do Rio e de Minas Gerais.

De acordo com a investigação, ele usaria a chamada mescla de capital: emitir notas
falsas como se fossem rendimentos de seus estabelecimentos para tornar lícito o
dinheiro obtido das extorsões da milícia.

Clebinho foi preso em casa, em um condomínio na Zona Oeste carioca. No total, a
polícia solicitou o bloqueio de R$ 93 milhões de sua conta bancária. Além do
empresário, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão.

Entre os locais estão imóveis do suspeito, como um sítio em Mangaratiba, na Costa
Verde, uma casa em Búzios, na Região dos Lagos, e uma cobertura na Zona
Oeste. Os agentes apreenderam armas, como pistolas e fuzis em um dos
endereços.

PMs na mira
Segundo a polícia, nove policiais militares também tiveram suas casas revistadas, e
um foi preso pelo porte ilegal de arma de fogo. Um mototaxista, que estaria
avisando milicianos da movimentação da polícia, também foi detido. Seus nomes
não foram divulgados.

Os policiais são suspeitos de realizar depósitos de valores suspeitos nas contas de
postos de gasolina.

As investigações tiveram início a partir do encaminhamento de dados de
inteligência financeira que mostraram movimentações financeiras atípicas
envolvendo os investigados, tendo sido detectada entrada de recursos em espécie
depositados em contas de suas empresas, de forma fracionada.

A polícia suspeita de que as quantias sejam provenientes da milícia coordenada por
Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que promoveria a lavagem dos recursos
oriundos de extorsões e comércios ilegais.