Polícia prende quatro por emissão de falsos laudos para cultivar maconha no Rio

Prisão (2)

O biólogo André Vicente Souza de Freitas ao ser preso na operação Seeds Fabiano Rocha / Agência O Globo

Os policiais apreenderam Skunk, planta híbrida e mais potente que a maconha tradicional/Fabiano Rocha/Agência O Globo

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (11), prendeu quatro pessoas envolvidas num esquema para emissão de falsos laudos para cultivo de maconha.

O advogado Patrick Rosa Barreto, o biólogo André Vicente Souza de Freitas e o
médico Adolfo Antônio Pires foram detidos pela Operação Seeds. Pérola Katarine
de Castro, esposa de Adolfo e responsável pela parte financeira, também foi presa
pelo agentes da 14ª DP (Leblon).

De acordo com as investigações, a quadrilha produzia pareceres indicando que
“pacientes” precisariam desse uso medicinal da planta, mas o objetivo era vender a
droga para lucrar — e não havia qualquer enfermidade nos “clientes”.

A quadrilha oferecia um pacote para a plantação de skunk, que tem efeito mais
potente que a maconha tradicional. Entre os serviços oferecidos pelo grupo, estão
a emissão de laudo e entrada com habeas corpus, além da estrutura para plantar
as mudas. Para isso, eram cobrados de R$ 3 mil a R$ 50 mil dos compradores.
Caso alguma das partes acordadas não fosse paga, começava a extorsão.

Lei Antidrogas
Pela Lei Antidrogas, é proibido plantar maconha em casa, mas se pode conseguir
judicialmente autorização para produção e consumo de cannabis para fins
terapêuticos. Nenhum dos casos investigados se relacionava a enfermidades que
indicassem o uso.

Extratos da planta em altas concentrações
Além da plantação caseira, o grupo comercializava frascos com diluição de extratos
da planta em altas concentrações. O produto, que era enviado para todo o país,
continha concentrações, por exemplo, de 80 a 100% de canabidiol, também
conhecido como CBD, além de valores entre 10 e 20% de THC, substância
responsável pelos efeitos psicoativos e neurotóxicos. A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) impõe restrição na fórmula, que só pode ter 0,2% de
THC.

Todos os envolvidos no esquema responderão por extorsão, associação ao tráfico
de drogas e falsidade ideológica. (Com informações do Extra)