Polícia usa bombas de efeito moral em ação de desocupação da UERJ

Uerj

Três estudantes e o deputado federal Glauber Braga foram presos/Pedro Teixeira / Agência O Dia

Agentes do Batalhão de Choque tiveram que usar a força para expulsar os estudantes. Quatro pessoas foram presas, entre elas o deputado Glauber Braga

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), campus Maracanã, foi palco de confronto, entre policiais militares e estudantes, nesta sexta-feira (20), após a Justiça autorizar o uso de força policial, conforme necessário, para garantir a desocupação. Agentes do Batalhão de Choque e um oficial de justiça estiveram no local. Um agente ficou ferido e quatro pessoas foram presas, incluindo o deputado federal Glauber Braga (Psol). A PM garantiu que o prédio foi totalmente desocupado.

Manifestantes relataram que os agentes utilizaram bombas de efeito moral para tentar entrar na instituição. Em meio ao clima de tensão, alguns comércios na Boulevard 28 de Setembro decidiram fechar as portas por precaução.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver cenas de muita correria, fumaça e viaturas da PM no local.Em protesto à ação, estudantes chegaram a incendiar pneus na Avenida Rei Pelé, impendido a circulação na via.

Comandante do Centro de Operações Especiais (COE), o coronel André Matias informou que um policial ficou ferido ao manejar um artefato explosivo da própria corporação. Explicou ainda que o deputado federal Glauber Braga foi detido por atrapalhar o cumprimento do mandado judicial e que a Uerj já está totalmente desocupada.

“O policial teve um problema no manuseio de um artefato explosivo e resultou no ferimento. Era um artefato da própria polícia. O deputado federal obstruiu o cumprimento do mandado judicial. Inclusive se colocando entre a polícia e uma aluna que foi presa. A Uerj está oficialmente desocupada. Não tem mais alunos. Está entregue ao procurador da universidade. Os que participavam da ocupação saíram da universidade por conta própria. Fugiram da ocupação enquanto a Polícia Militar entrava. Eles saíram do local justamente no momento em que a gente cumpria o mandado”, disse o coronel.

Além do deputado que apoiava o ato de ocupação quando os PMs entraram na universidade, três estudantes foram presos. O grupo foi encaminhado à 18ª DP (Praça da Bandeira). O policiamento foi reforçado na Uerj.

Psol condenou ação

Em nota, o Psol disse que desde o início da ocupação na Uerj, o partido esteve em contato com a reitoria para buscar a retomada dos benefícios estudantis, essenciais para os alunos mais vulneráveis. O partido afirmou que condena o uso de força desproporcional, como bombas e caveirões, contra os estudantes, e criticou “o autoritarismo do governo Cláudio Castro”.