Presidente da Alerj dá bronca geral em deputados brigões e diz que agirá com rigor

Alerj

Em sessão para lá de agitada, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar (PL), subiu o tom, nesta terça-feira (25/04), contra os deputados que na semana passada protagonizaram cenas de xingamentos e ofensas mútuas no plenário. Durante a sessão, ele prometeu agir com rigor, se valendo do Regimento Interno, contra qualquer deputado, seja ele de oposição ou da base governista.

O presidente deu uma bronca geral depois que o deputado Flávio Serafini (Psol) demorou a concluir seu discurso em defesa da criação das frentes parlamentares. “O sistema dessa casa é presidencialista. Na minha ausência aqui, falaram que iriam recorrer ao Poder Judiciário. Então, façam. Eu nunca vi ninguém berrar pelas pendências da gestão passada. Mas Basta eu sair daqui quatro dias, vira o ó do borogodó isso aqui”, reclamou.

E foi ainda mais duro: “Então, acabou a brincadeira. Vamos fazer valer a vontade da maioria. A partir de hoje, deputado Amorim, que valha para o senhor, que valha para minha querida amiga Renata. Estão insatisfeitos? Acham que foram cerceados no direito? Acham que foram ofendidos? Recorram à Comissão temática pertinente para julgarmos, de acordo com a maioria da Casa. Eu não sou pai de filho barbado. Entendeu?”

Ao citar os dois deputados, Barcellar se referia a uma discussão prévia protagonizada por ambos, mas com discurso bem mais ameno. Minutos antes, Rodrigo Amorim (PTB) criticou Renata Santos (Psol) por ela ter concedido uma honraria da Alerj que, segundo o petebista, ainda se encontra em tramitação. A deputada se defendeu alegando ter legitimidade eleitoral, e disse que o importante para o Parlamento era representar a população, fiscalizar o governo e reconhecer personalidades públicas de relevância.

Depois do pito geral, Barcellar se desculpou pelo tom. Mas não parou por aí. Os embates prosseguiram quando Otoni de Paula Pai (MDB) apresentou uma moção de repúdio contra o presidente Lula por sua declaração sobre pessoas com deficiência intelectual. Na semana passada, em reunião com ministro e governadores, Lula disse, fazendo comparativo com dados da Organização Mundial de Saúde, que no Brasil haveria 30 milhões de pessoas “com problema de desequilíbrio de parafuso”.

Com palavras mais moderadas, os deputados voltaram a se confrontar entre ataques e defesa ao presidente. Por fim, o chefe do Legislativo solicitou que o debate fosse encerrada, uma vez que o Regimento Interno não prevê discussão e nem votação para apresentação de moção. “Por isso digo que tenho sido bem democrático”, concluiu Bacellar.