Presidente Lula anuncia R$ 50 bi em medidas emergenciais para auxiliar o RS

O presidente Lula durante anúncio da Medida Provisória/Ricardo Stuckert
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhando do vice-
presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC),
Geraldo Alckmin, e ministros, anunciou na quinta-feira (9), Medida Provisória que destina R$ 50,94 bilhões para o estado do Rio Grande do Sul, contendo uma série de ações iniciais para a reconstrução do estado, assolado pelas enchentes dos últimos dias.
Somente para empresas localizadas no Estado, os recursos somam R$ 6 bilhões,
que devem alavancar até R$ 35 bilhões em crédito.
“O que vocês viram aqui foram as primeiras medidas de crédito. Isso não termina
aqui. Eu tenho dito aos ministros que nós temos que nos preparar porque a gente
vai ter o tamanho da grandeza dos problemas quando a água baixar e quando os
rios voltarem à normalidade”, afirmou o presidente da República, que também
destacou a solidariedade e a generosidade do povo brasileiro com a população do
Rio Grande do Sul.
Entre as principais medidas anunciadas está o aporte de R$ 500 milhões no Fundo
Garantidor de Investimento (FGI), gerido pelo BNDES, que irá gerar até R$ 5 bilhões em operações de crédito para micro, pequenas e médias empresas e
microempreendedores individuais (MEIs), por meio do Programa Emergencial de
Acesso a Crédito (FGI-PEAC).
Número de mortos chega a 107
A Defesa Civil do estado atualizou ontem (9) que subiu para 107 o número de
mortos pelas chuvas no RS. O estado registra 136 desaparecidos e 374 feridos. Há
232,6 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 67.563 em abrigos e 165.112
desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).
O RS tem 428 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado
ao temporal, com 1,476 milhão de pessoas afetadas. Veja abaixo os impactos nos
serviços, educação e transportes.
Nível do Guaíba baixo
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou para 4,90 metros pela primeira vez
desde o último sábado (4), conforme medição feita pela Agência Nacional de Águas
e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá.
Mesmo com a redução, o Guaíba segue mais de 2 metros acima da cota de
inundação (3 metros). Apesar disso, a água que avançava sobre as ruas da capital
aparenta estar estável e até recuando em algumas regiões, segundo moradores que
tem monitorado o nível dos alagamentos onde vivem.
De acordo com uma projeção do IPH o Guaíba deve levar ao menos 30 dias para
voltar ao nível abaixo dos 3 metros. Na enchente história de 1941, foram 32 dias.