Preso casal suspeito de torturar a própria filha de apenas 4 meses

Verme

Agentes da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) prenderam nesta sexta-feira (30) um casal suspeito de agredir e torturar a própria filha de apenas quatro meses. Os avós
maternos e paternos da criança disseram em depoimento que Maria Eduarda
Felizardo da Silva e Allan Torres de Oliveira, ambos de 18 anos, não suportavam as
crises de choro da bebê e a tratavam com violência.

A criança deu entrada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste
do Rio, no dia 24, com lesão encefálica, fraturas, crises convulsivas, perda de
consciência, pupilas dilatadas e pálida. A mãe, que levou a menina à unidade de
saúde, negou ter agredido a bebê.

Durante a investigação, a equipe responsável pelo caso descobriu que Allan se
envolveu em uma tentativa de furto e foi conduzido à 36ª DP (Santa Cruz). Naquela
ocasião, ele confessou o crime e permitiu que PMs vissem seu celular.
No aparelho, havia um vídeo em que ele agride a filha e uma fotografia em que a
bebê está com um tablete de maconha prensada na boca, colocado pelo próprio
pai.

A Polícia Civil, então, ouviu novamente a mãe e os avós paternos e maternos. Maria
Eduarda se contradisse e começou a levantar suspeitas contra o companheiro,
dizendo que a filha chorava muito quando o pai ia colocá-la para dormir e que Allan
fechava a porta para não ser observado.

Interrogado, Allan negou qualquer tipo de agressão e, depois, desmentiu a versão
apresentada pela mãe, afirmando que Maria Eduarda passava a maior parte do
tempo com a bebê.

Com medo de ser descoberta e perder a guarda da filha, a mãe adiou por dois dias
o socorro, feito pelo avô paterno. A criança continua internada em estado grave. O
delegado Neilson dos Santos Nogueira, responsável pelo caso, fez um apelo para a
denúncia de violência infantil. “Não se calem, denunciem. Se tivessem denunciado
quando ocorreram as primeiras agressões, a vítima poderia ter um destino
diferente”, disse.