Professora foi queimada viva, diz laudo do IML

Vítima

Paula Custódio Vasconcelos é a principal suspeita da morte da professora Vitória Romana Graça/Reprodução/Facebook

 

Suspeito diz à polícia que vítima foi enforcada com corda, teve álcool jogado nos olhos e gasolina no corpo enquanto ainda respirava

A professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, foi enforcada com uma corda por cerca de 30 minutos e teve álcool jogado nos olhos pelos assassinos. Os detalhes do crime bárbaro foram contados pelo terceiro suspeito de participar do sequestro e da morte da jovem.

Em depoimento à polícia, na tarde desta quarta-feira (16), Edson Alves Viana Junior, tio da ex-namorada da professora, relatou que a vítima foi colocada numa mala e, posteriormente, dentro do porta-malas do carro de Vitória.
Em seguida, dirigiram até um local ermo, e retiraram a mala com a vítima do carro.

O suspeito contou ainda que abriu um pouco a mala e despejou dois litros de gasolina dentro dela, ateando fogo logo depois. E que a irmã, Paula Custódio Vasconcelos, de 33 anos, principal suspeita do crime, e a sobrinha e ex-namorada de Vitória, de 14 anos, só deixaram o local quando as chamas estavam altas.

O carro de Vitória, um GM Celta, foi abandonado no posto de gasolina onde os suspeitos compraram o combustível. A polícia encontrou o veículo e o apreendeu.

Crime premeditado
Segundo Edson, o crime foi premeditado e Paula teria mostrado uma mala para “despachar a professora”. A morte teria sido motivada por questões financeiras. Ainda de acordo com o homem, os dois foram até a escola em que Vitória trabalhava questionar o motivo da professora ter bloqueado a ex-sogra nas redes sociais e saber mais detalhes do motivo do término do relacionamento com a filha dela.

No local, Paula teria pedido para Vitória ir até a sua casa ao final da aula. Edson afirmou que a intenção da suspeita era continuar recebendo dinheiro da vítima, que estava ajudando a família financeiramente. Inicialmente, a professora não quis encontrar a ex-sogra, mas depois concordou em conversar com ela.

Ainda de acordo com Edson, assim que Vitória chegou na casa, eles já imobilizaram ela. O grupo amarrou a vítima com fitas em uma cadeira e começou o processo de extorsão, usando a digital dela para fazer transferências bancárias. O corpo de Vitória foi encontrado carbonizado na manhã do dia 11, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a professora ainda estava com vida quando teve seu corpo queimado. No exame foi apontado aspiração de fuligem.

No mesmo dia, um vizinho da mãe da vítima auxiliava nas buscas pela professora em Senador Camará quando ouviu que duas moradoras foram expulsas por “sequestrar uma pessoa”. As informações foram contadas para agentes que participavam das buscas, quando passavam pelo local, por volta das 15h, em uma viatura. Mãe e filha foram encontradas às margens da Avenida Santa Cruz naquela tarde e levadas para a delegacia.

Suspeita estava foragida de presídio
Paula Custódio é foragida da Justiça. Ao verificarem a ficha criminal da suspeita, os agentes viram que ela tinha duas anotações criminais (uma por violência doméstica e outra por roubo com uso de explosivo ou artefato análogo), e pela qual foi condenada a seis anos, dois meses e vinte dias de prisão em regime fechado.

Ao passar pela audiência de custódia pelo suposto envolvimento na morte da professora, em que teve a prisão preventiva decretada, ela foi submetida na sequência a outra audiência de custódia por ser foragida e voltar a cumprir a pena.