Protesto de apoiadores de Donald Trump interrompe sessão do Congresso dos EUA para validar eleição
Manifestantes invadiram na tarde de hoje (6) o prédio do Congresso dos Estados Unidos, rompendo as barricadas de segurança, no momento em que os parlamentares norte-americanos debatiam a certificação da vitória de Joe Biden à Presidência do país. O Senado e a Câmara, que estavam avaliando objeções à vitória do democrata, interromperam o debate de forma abrupta e inesperada.
Mais cedo, o presidente Donald Trump fez um discurso de cerca de três horas para a multidão na praça do obelisco de Washington. Ao discursar, Trump voltou a dizer que venceu as eleições. “Você não cede quando há roubo envolvido”, disse ele. “Nosso país está farto e não vamos aguentar mais”, acrescentou.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que presidia a sessão conjunta responsável por receber e confirmar os votos dos delegados estaduais nas eleições norte-americanas, publicou nas redes sociais uma carta em que afirma que não há precedentes legais e constitucionais para que ele “aceite ou rejeite os votos unilateralmente.”
“Dada a controvérsia das eleições neste ano, alguns acreditam que, como vice-presidente, é meu papel contestar os votos. Outros acreditam que os votos eleitorais nunca devem ser contestados em uma sessão conjunta do Congresso. Após uma análise cuidadosa da nossa Constituição, nossas leis e nossa história. Acredito que nenhuma das visões está correta”, afirma o documento.
Pence afirmou que é papel dos representantes eleitos (deputados e senadores) revisar e decidir disputas que contestem o resultado eleitoral, e que “nunca na história um vice-presidente usou de tal autoridade [a validação ou invalidação de votos].”
O republicano afirmou ainda que ouvirá as objeções e argumentos de deputados e senadores com diferentes visões sobre o resultado eleitoral, mas que manterá o protocolo previsto pela Constituição norte-americana de abrir e certificar as cédulas eleitorais dos estados.
Biden pede que Trump ordene a multidão que se retire do Capitólio e que democracia avance
Em um pronunciamento, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que os acontecimentos desta quarta-feira “não refletem a verdadeira América e não representam quem nós somos”. Ele pediu ao presidente Donald Trump que vá a TV e ordene que os extremistas saiam do Capitólio, o Congresso americano.
“A esta hora, nossa democracia está sob um ataque sem precedentes. Diferente de tudo que vimos nos tempos modernos. Um ataque à cidadela da liberdade, o próprio Capitólio. Um ataque aos representantes do povo e à polícia do Capitólio, que jurou protegê-los. E os funcionários públicos que trabalham no coração de nossa República”, afirmou.
“O que estamos vendo é um pequeno número de extremistas dedicados à ilegalidade”, disse. “Essa desordem, esse caos – isso tem que acabar, agora”.
“Peço ao presidente Trump que vá à televisão nacional agora, para cumprir seu juramento, defender a constituição e exigir o fim deste cerco”, acrescentou. “Isso não é um protesto; é uma insurreição. O mundo está assistindo”, disse ainda.
Fonte/Agência Brasil/G1