Quadrilha que movimentou R$ 134 milhões com golpes de pirâmide financeira é alvo de operação

Operação

Polícia apreendeu dinheiro em espécie em endereços ligados aos alvos da operação/Divulgação

Guarda municipal é preso pelo Gaeco e a Polícia Civil. A Justiça expediu dois mandados de prisão e oito de busca e apreensão

O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da 57ª DP (Nilópolis) desencadeou ontem uma operação contra uma quadrilha especializada em golpes de pirâmide financeira. Ao todo, A 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa expediu dois mandados de prisão e oito de busca e apreensão.

Entre os alvos está o guarda municipal Rodrigo Cesar de Souza da Silva, que foi preso e denunciado à Corregedoria da corporação por aplicar o golpe em colegas de trabalho. O outro alvo é Jadson Luiz do Nascimento Gonçalves, apontado pela Polícia Civil como um dos chefes do esquema. Juntos, eles criaram duas empresas para operacionalizar o golpe: a Investimento Confiança e a IC Invest Lt.

Organização criminosa
Pelo menos 12 servidores da Guarda Municipal denunciaram Rodrigo Cesar. As investigações revelam que a organização criminosa movimentou, entre os anos de 2021 e 2022, cerca de R$ 134 milhões. Os mandados são cumpridos em endereços nos bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Campo Grande, na Zona Oeste.

“Jadson já estava há bastante tempo (no esquema). Ele cooptou o Rodrigo, que estava começando nessa atividade. Então, o Jadson, sem sombra de dúvidas, é o grande mentor do esquema. Esse grupo criou algo além de associação criminosa, algo maior e mais sólido, que é a organização criminosa. Com uma profundidade, organização, ousadia, estrutura, divisão de tarefas, e como um dos integrantes sendo um agente público”, explicou o delegado Deoclécio Assis, titular da 57ª DP.

Remuneração de 5% ao mês
Segundo reportagem do jornal Extra, o grupo prometia à vítima remuneração de 5% ao mês e recuperação do valor total investido ao final do contrato de “aluguel de capital financeiro”. Para isso, eles alegavam que os recursos disponibilizados seriam aplicados em operações de “day trading” na Bolsa de Valores.

Com a intenção de arrecadar a maior quantia possível, em dinheiro, os criminosos convenceram as vítimas a tomar empréstimos bancários e entregar bens como veículos e imóveis. A justificativa era que seriam convertidos em valores, que, posteriormente, seriam investidos.

A investigação começou a partir de notícia crime realizada por 12 guardas municipais do Rio que foram vítimas do golpe. Segundo a polícia, familiares desses guardas também foram lesados pelo grupo.