Quaquá defende a permanência de ministra à frente da pasta do Turismo

Quaquá ao lado de Daniela Carneiro e o prefeito Waguinho: “Ela atende ao Rio e ao presidente
Lula"/Reprodução

Vice-presidente nacional do PT acredita que a saída de Daniela Carneiro do União Brasil não acarretará problemas para sua permanência no cargo

O vice-presidente nacional do PT, deputado federal Washington Quaquá (RJ), acredita que a saída da deputada federal Daniela Carneiro do União Brasil não acarretará problemas para sua permanência no comando do Ministério do Turismo. Ele enfatiza o peso político do prefeito de Belford Roxo, Wagner dos
Santos Carneiro, o Waguinho, marido da parlamentar, na Câmara dos Deputados.

“A Daniela é uma ministra que atende de certa maneira o Rio de Janeiro, que atende ao presidente Lula, que atende à bancada. A posição dela não está em jogo nesse momento, não há motivo para tirar”, argumentou.

Quaquá também ressalta que o capital político de Waguinho é estratégico para o governo para preservar sua posição no Congresso Nacional, não sendo benéfico tentar romper com o prefeito. “O Waguinho tem ao seu lado um grupo de seis deputados que juntos formam uma espécie de bancada, isso equivale a uma bancada do PCdoB. Eles atuam como um bloco, e um bloco que hoje tem uma relação muito sólida com o governo”.

Reacomodação do governo
Para Quaquá, a dinâmica de ministérios inevitavelmente sofrerá mudanças em algum momento. “Vai haver naturalmente, ainda durante esse ano, uma reacomodação do governo. Todo governo quando chega próximo de completar um ano se acomoda. Nisso, vai ter que haver novas recomendações de ministérios. O que vai definir isso é o resultado das votações nos plenários da Câmara e do Senado”, afirmou.

Segundo o parlamentar fluminense, a migração de Waguinho e da bancada fluminense do União Brasil acaba, na realidade, abrindo uma janela de oportunidade para o governo se aproximar do Republicanos, que passará a contar com 48 deputados caso a justiça eleitoral decida acatar as ações de mudança de legenda.

Qaquá não acredita que o atrito pelo Ministério do Turismo possa obrigar o governo a escolher entre o apoio do União Brasil ou do Republicanos, e que seja possível articular com os dois sem se anularem.

Ainda assim, considera que a construção de uma ponte com o novo partido de Waguinho possa ser necessária para suprir as carências deixadas pelo partido de Luciano Bivar em sua base no Poder
Legislativo.

Importância do Republicanos
Uma aproximação com o Republicanos também é vista pelo vice-presidente do PT como uma oportunidade de conseguir apoio de setores até então hostis ao governo. “A vinda do Republicanos é
importante para a maioria do Congresso e para a política: traz o setor evangélico e traz o setor mais conservador da base do governo Lula”, afirmou.

Essa construção, porém, o deputado duvida que seja possível de ser realizada com agilidade entre os dois partidos. “Essa entrada do Waguinho ajuda, mas não vai ser uma aproximação automática. O que teremos certamente será uma aproximação lenta, porém gradual e constante”, ponderou. (com informações do Agenda do Poder)