Quase 100 políticos foram executados no estado do Rio entre 1988 e 2022

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Os casos foram coletados a partir do noticiário de jornais disponíveis na Biblioteca Nacional. O assassinato de vereadores eleitos, não-eleitos, e ex-vereadores representaram 69% dos casos investigados

Entre 1988 e 2022, o estado do Rio de Janeiro contabilizou 94 assassinatos de políticos. O levantamento é parte do estudo do pesquisador da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) Huri Paz e foi coletado a partir de notícias de jornais disponíveis na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional.

A pesquisa mostra que políticos foram assassinados na região fluminense ao longo de todo o período desde a redemocratização. No entanto, há um crescimento expressivo de casos na última década de análise. Entre 2012, e 2022, foram 45 execuções – o que representa 47,8% dos registros totais. O ano de 2016 registrou o maior número de incidências (10).

Do ponto de vista dos cargos ocupados e almejados, o levantamento aponta para uma concentração da violência extrema contra a classe política para aqueles ligados à disputa municipal. O assassinato de vereadores eleitos, não-eleitos, e ex-vereadores representaram 69% dos casos investigados (65). Considerando todos os casos de funcionários públicos executados durante o exercício do cargo, foram 59 ocorrências.

Violência extrema

Em termos geográficos, os casos de violência extrema contra os políticos estiveram concentrados na Baixada Fluminense, que contabilizou 58,5% dos casos (55). Na região, os municípios que registraram maior número de ocorrências incluem Magé (15), Duque de Caxias (9) e Nova Iguaçu (7). Na capital do estado, foram 10 casos.