Ravis volta atrás e desiste de relatoria em processo de cassação de Lucinha

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O Felipinho Ravis (no alto): desistência de relator no processo contra colega Lucinha/Reprodução

 

Deputado deixou o cargo no Conselho de Ética da Alerj que investiga ligação de colega com o ‘bonde do Zinho’

O slogam ‘foquete não tem ré’, usado nas redes sociais pelo deputado estadual Felipinho Ravis (Solidariedade), contraria totalmente a decisão do parlamentar de voltar atrás e deixar a função de relator do processo disciplinar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que pode levar à cassação da deputada Lucinha (PSD), investigada pela Polícia Federal por suposta ligação com o ‘bonde’ do miliciano Zinho.

A desistência ocorre uma semana depois de Ravis ser escolhido para a relatoria. Ele foi substituído pelo deputado Vinicius Cozzolino (União Brasil) após uma articulação entre os membros do conselho. A troca foi publicada no Diário Oficial de ontem (10).

Nos bastidores, especula-se que Ravis desistiu da função para não votar pela cassação da colega. Embora tenha motivos não revelados, a atitude do parlamentar é questionada e até suspeita.

Por outro lado, coloca um ponto final nas expectativas alimentadas pela deputada Lucinha, de que, com o colega na relatoria, a esperança de ser absolvida pelo conselho disciplinar seria quase certa.

Documentação para continuidade do processo 
O Conselho de Ética da Casa já está de posse da documentação solicitada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) para dar continuidade ao processo ético-disciplinar contra a deputada Lucinha (PSD).

Na semana passada, o colegiado decidiu suspender o prazo regimental por 15 dias para anexação de novas provas.

O ofício pedindo as informações foi encaminhado ao desembargador Benedicto Abicair, do Órgão Especial do TJ, o mesmo que afastou Lucinha das suas funções em dezembro do ano passado.

Segundo o presidente do colegiado, deputado Júlio Rocha (Agir), o magistrado não fez objeção e, inclusive, já começou a enviar o material. Apesar da suspensão do prazo, o parlamentar assegura que o trabalho de análise documental está sendo realizado.

O colegiado tem 120 dias para analisar um processo de 3 mil páginas, em consonância com o Ministério Público Estadual e a Polícia Federal, para que futuramente não haja nulidade do processo, já que Lucinha ainda não foi denunciada formalmente à Justiça.

Em dezembro, Lucinha foi alvo da Operação Batismo, da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ), que apura a participação e a articulação política dela para beneficiar a milícia chefiada por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho. Ela nega qualquer envolvimento com grupo paramilitar.