Sobrinho do miliciano Zinho morre em confronto com a Polícia Civil

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A morte de Matheus da Silva Rezende, o ‘Faustão’ (foto abaixo), desencadeou ataques a ônibus na Zona Oeste/Reprodução

Como vingança, criminosos atearam fogo em ônibus e articulados do BRT. O clima é
de tensão na região

Matheus da Silva Rezende, o ‘Faustão’, sobrinho do miliciano Luís Antônio da Silva
Braga, o ‘Zinho’, foi morto durante confronto com policiais civis, nesta segunda-feira (23), na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

Como vingança, os criminosos orquestraram a queima de 35 ônibus, sendo 20 da
operação municipal, cinco BRTs e outros 10 de turismo e fretamento. Dados da Rio
Ônibus, é o maior número de veículos queimados em apenas um dia de sua história.

De acordo com a Polícia Civil, a troca de tiros ocorreu durante uma operação da
Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento Geral de Polícia
Especializada (DGPE) na região. Matheus, apontado como o segundo na hierarquia
da milícia da região, chegou a ser socorrido pelos agentes e levado para o Hospital
Municipal Pedro II, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Imagens gravadas por moradores da comunidade Três Pontes mostram um
helicóptero da Civil sobrevoando a região e barulho de tiros.

Duplo homicídio
Faustão é acusado de envolvimento no assassinato do ex-vereador Jerônimo
Guimarães Filho, o Jerominho, e seu cunhado Maurício Raul Attalah, em agosto de
2022, na Estrada Guando Sapé, em Campo Grande. Além dele, outros cinco
criminosos, entre eles Zinho, respondem por homicídio e associação criminosa. As
investigações apontaram que a execução foi motivada por uma suposta tentativa
por parte de Jerominho de retomar o comando da milícia que atua na Zona Oeste.
Matheus e Zinho fazem parte de uma das maiores milícias do estado do Rio de
Janeiro. A organização criminosa, conhecida como “Família Braga” ou “Bonde do Z”, é chefiada por Zinho.

“Não vamos parar”, disse governador Cláudio Castro/Reprodução

Duro golpe contra a milicia

O governador do Rio, Cláudio Castro, parabenizou a operação da Polícia Civil que
terminou na morte de ‘Faustão’. Através das redes sociais, ele afirmou que a
instituição deu um duro golpe na maior milícia da Zona Oeste e que as operações
contra a milícia não iam parar.

“Quero parabenizar os nossos policiais da DGPE, da Core e da Draco, por
prenderem hoje, em Santa Cruz, o Faustão ou Teteu – que era o braço direito e
sobrinho do miliciano Zinho. Não vamos parar! Nossas ações para asfixiar o crime
organizado têm trazido resultados diários. Hoje demos um duro golpe na maior
milícia da Zona Oeste. Além do parentesco com o criminoso, ele atuava como
“homem de guerra” do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas
guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio. O crime organizado que
não ouse desafiar o poder do Estado!”, escreveu o governador.