Testemunha não menciona tiro citado por PRFs antes de disparos contra menina

carro

Heloisa Santos Silva, de 3 anos, está internada em estado grave/Reprodução

Em depoimento à polícia, uma testemunha que estava no Arco Metropolitano quando Heloísa Santos Silva, de 3 anos, foi baleada na noite da última quinta-feira (7) por um policial rodoviário federal, afirma que o carro da família da vítima não fez menção de fugir da abordagem da viatura antes dos tiros. Ela também não mencionou que ouviu um disparo antes dos tiros dos policiais – motivo citado pelos agentes para que o carro da família fosse baleado.

A testemunha chegou a gravar um vídeo no local logo após a ocorrência, afirmando
que “a federal acabou de acertar a filha de alguém ali no carro”, referindo-se à
Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Em entrevista à CBN, ele deu mais detalhes do que afirma ter visto. “Tava
emparelhado ao carro dessa família. Eles mandaram… eles tavam vindo a Federal lá
atrás, não tavam nem perto do carro. Eu tava vindo de boa, eu vi a Federal vindo,
mas não ligou nada, luz, nada. Mas eu vi que era carro da Federal, que eu tinha
passado por eles. E, quando foi chegando mais perto, eu fui, joguei pra pista do
canto, eles “ligou” só a sirene. Fez só um barulhinho, nem eu ouvi direito (sic)”, disse a testemunha.

A família voltava de um passeio quando a menina foi baleada. Cinco pessoas
estavam no carro, William, a mulher, uma tia da criança e a irmã dela, além da
própria Heloísa. Atingida por duas balas de fuzil, a menina segue internada em
estado grave no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes.

Agentes falaram que ouviram tiro
Depois deixar a menina no hospital, os policiais foram para a Delegacia de Polícia de Seropédica (48ª DP). Entre eles, Fabiano Menacho Ferreira – que admitiu ter feito os disparos de fuzil que atingiram Heloísa.

Ele disse que os policiais tiveram a atenção voltada pra o veiculo Pegeaut 207, e
que a placa indicava que o carro era produto de roubo. Falou ainda que seguiram
atrás do veículo, ligaram giroflex e tocavam a sirene indicando ao condutor que
parasse. E, que depois de cerca de 10 segundos atrás do veículo, escutaram um
som de disparo de arma de fogo, e chegaram a se abaixar dentro da viatura.
Fabiano Menacho disse que disparou três vezes com o fuzil na direção do Pegeout,
porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veiculo da família de
Heloísa.

Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da
Silva confirmaram a versão do colega.