Torcedor do Fla preso por morte de palmeirense mora em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense

Preso

Gabriela Anelli morreu após sofrer duas paradas cardíacas/Reprodução/Redes sociais

O torcedor do Flamengo Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, que teve a
prisão preventiva decretada pela Justiça nesta segunda-feira (10) pela morte de uma
palmeirense durante briga no Allianz Parque, em São Paulo, não tem antecedentes
criminais.

Em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, o morador de Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense, disse que não faz mais parte de torcidas organizadas do
Flamengo, mas foi filiado à torcida Flamanguaça até 2020.

Leonardo foi preso em flagrante no último sábado (8), durante o jogo entre
Palmeiras e Flamengo, em São Paulo. Ele foi indiciado por homicídio doloso por
arremessar a garrafa que atingiu a palmeirense Gabriela Anelli. A jovem de 23 anos
morreu ontem (10) após sofrer duas paradas cardíacas.

Em depoimento, ele ainda disse que arremessou gelo contra os palmeirenses e que
viu outros torcedores lançando objetos. A Polícia Civil afirmou que tenta localizar
outros envolvidos na confusão e busca por imagens que tenham registrado o exato
momento em que a garrafa é atirada.

Atingida na jugular 

Vídeos mostram a palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, momentos depois de ter sido atingida por uma garrafa de vidro durante uma confusão entre torcedores do clube paulista e do Flamengo, no sábado (8), na Zona Oeste de São Paulo. A jovem morreu nesta segunda-feira (10), após sofrer paradas cardíacas.

Em uma das imagens, é possível ver ela colocando a mão no pescoço, próxima a barreira que divide as torcidas e Palmeiras e Flamengo na Rua Padre Tomás. No local, há um portão para entrada de quem verá o jogo como visitante e outros dois para quem verá na torcida do Palmeiras, dona da casa.

Depois, em outro vídeo, ela está caída no chão. Ela recebe atenção de outros torcedores e primeiros socorros.

Familiares da jovem contaram ao g1 que profissionais de saúde que estavam em uma ambulância do estádio ajudaram a socorrê-la. Depois, Gabriela foi levada à Santa Casa, no Centro da capital paulista, onde faleceu na manhã desta segunda.

A briga ocorreu na rua Padre Antônio Tomaz. A rua concentra bares de palmeirenses que se reúnem para assistir os jogos na arena.

‘A vida dela era essa. Palmeiras e a torcida’, diz pai
Gabriela era frequentadora assídua do Allianz Parque e costumava ir ao local com os pais. Segundo seu pai Ettore Amarchiano Neto, o Palmeiras era a vida dela.

A diversão dela era praticamente essa. Aos finais de semana, as viagens que ela fazia. Foi a forma que ela se encontrou. Tem meninas da idade dela que gostam de ir em baile funk, de gostam de ir para sertanejo, ela gostava do Palmeiras. A vida dela era essa. Palmeiras, e a torcida. Era isso”, disse.

Segundo a mãe, Gabriela já tinha passado por cirurgias e superado diversos problemas de saúde ao longo da vida. “Não foi o problema de saúde que ela tinha que matou ela, foi uma garrafa que cortou a jugular dela”, disse Dilcilene Prado Anelle dos Santos.

Os dois também estavam no estádio e só souberam do ocorrido quando a filha estava na Santa Casa.

“Nós participamos do jogo também, estávamos aguardando por ela porque a gente ficou junto com a Mancha, só que ela não chegou a entrar no estádio. Eu fiquei sabendo quando acabou o jogo, porque não tinha sinal de celular lá dentro, uma ligação. Nisso, ela já tinha sido operada, já estava descendo pra UTI.”

Cirurgia e paradas cardíacas

Felipe Marchiano, irmão de Gabriela, afirmou que a jovem foi operada na noite do próprio sábado e que teve duas paradas cardíacas durante o procedimento, além de problemas respiratórios.

“O ferimento dela foi na região do pescoço, onde atingiu uma artéria. Ela foi operada e teve duas paradas cardíacas e um problema pulmonar”, contou Marchiano.

Felipe viajou do Paraná para São Paulo, no domingo, para acompanhar Gabriela no hospital. “Só desejo que justiça seja feita. Um ser humano com pouco de miolo na cabeça não faria uma coisa dessa. Não só minha irmã, poderia acertar criança, uma mulher grávida, etc”, lamenta.