Traficante é investigado pela PF por drones com lançadores de granadas
Blindado da PF em operação para prender militar da Marinha que operava drones para o CV/Divulgação/PF
Um integrante da cúpula da maior facção criminosa do Rio de Janeiro foi um dos alvos da operação Buzz Bomb, deflagrada nesta segunda-feira (16) pela Polícia Federal(PF) para asfixiar o uso de drones lançadores de granadas, operados por bandidos ligados ao Comando Vermelho (CV). Com 24 mandados de prisão expedidos em seu nome pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), conforme dados do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Edgar Alves de Andrade, o Doca Ou Urso, não foi localizado pelos agentes que foram recebidos a tiros no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. No tiroteio, quatro moradores foram feridos por estilhaços.
Um cabo da Marinha do Brasil, suspeito de ser o responsável por pilotar remotamente a aeronave, foi preso por homens da corporação em seu posto de trabalho. O militar e Doca tiveram as prisões preventivas decretadas pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do TJRJ.
Investigações da Polícia Civil mostram que Doca é um dos responsáveis por ordenar a invasão de territórios controlados por traficantes rivais ou por milicianos, em vários pontos do Rio. Já a investigação da PF foi iniciada após um ataque de bandidos do CV contra paramilitares, com a utilização de drones equipados com dispensadores capazes de arremessar artefatos explosivos, na comunidade da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Durante o trabalho investigativo da PF, a corporação identificou o militar suspeito de operar a aeronave remotamente no referido ataque, ocorrido em 15 de fevereiro deste ano. Além disso, drones também foram usados pela facção criminosa para monitorar as ações policiais realizadas no Complexo da Penha, bem como em outras áreas dominadas pelo grupo de Doca.
Denunciados pelo MP
Ele e o cabo da Marinha foram denunciados pelo Ministério Publico do Rio de Janeiro e responderão pelos crimes de organização criminosa e posse de material explosivo, cujas penas somadas podem chegar até 14 anos de prisão, em caso de condenação.
Na ação desta segunda-feira, os policiais federais usaram pelo menos quatro veículos blindados. Os ferimentos causado por estilhaços em moradores, que ficaram em meio a disparos feitos por traficantes, a princípio seriam sem gravidade. Todos já tiveram alta hospitalar. Durante a operação, os policiais cumpriram ainda três mandados de busca e apreensão em pontos do município do Rio de Janeiro.