Traficante que matou e esquartejou corpo de universitária é condenado a 18 anos de prisão

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Matheusa Passareli, que se identificava como não-binária,  foi assassinada pelo bando do traficante Manuel Avelino/Reprodução

A Justiça do Rio condenou o traficante Manuel Avelino de Sousa Junior pela
execução da estudante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),
Matheusa Passareli Simões Vieira, de 21 anos. O crime aconteceu em 29 de abril
de 2018, no Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte. A vítima teve o
corpo esquartejado e incinerado.

O Juízo da 1ª Vara Criminal e o Tribunal do Júri estabeleceram pena de 18 anos e 4
meses de prisão em regime fechado e 12 dias-multa, por homicídio por motivo torpe
e ocultação de cadáver.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), quando Matheusa havia
saído de um evento em uma casa próxima ao Morro do Dezoito, teve um surto,
retirou as próprias roupas e entrou nua na comunidade.

A jovem foi abordada por traficantes de drogas da região, que a levaram para
julgamento pelo chamado “tribunal do tráfico”. Após a morte, o corpo da estudante
foi esquartejado e incinerado e familiares nunca conseguiram localizar os restos
mortais.

Além de Manuel, à época, Genilson Madson Dias Pereira, o GG, e Messias Gomes
Teixeira, o Feio, chefe do tráfico no Morro Dezoito, tiveram as prisões preventivas
decretadas por homicídio doloso e ocultação de cadáver.

Matheusa se identificava como não-binária — termo usado por pessoas cuja
identidade de gênero não é nem masculina, nem feminina. A jovem cursava artes
visuais na Uerj e o Centro Acadêmico do Instituto de Artes (Caia) chegou a realizar
um ato ecumênico em memória da vítima, na capela da instituição, no campus do
Maracanã, na Zona Norte.