Vereador e policial civil viram réus por tentativa de extorsão contra prefeito de Petrópolis

O vereador Luiz Eduardo Francisco da Silva, o Dudu (MDB)/Divulgação/Polícia Civil

Computadores e documentos apreendidos na Operação Clean, em agosto de 2022//Divulgação/Polícia Civil

Parlamentar chegou a apontar fuzil para colega exigindo R$ 2 milhões para que ele e Rubens Bomtempo não fossem alvos da Polícia Civil

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) tornou réus o vereador de Petrópolis Luiz Eduardo Francisco da Silva, o Dudu (MDB), o chefe do setor de inteligência da 105ª DP (Petrópolis), Bruno César Salerno, e Guilherme Gonçalvez Vicente Moreira pelo crime de extorsão mediante associação criminosa.

A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), aceita pela Justiça, afirma que Dudu, Salerno e Gonçalvez exigiram R$ 2 milhões do prefeito Rubens Bomtempo (PSB) e do vereador Léo França (PSB) para que não fossem investigados num suposto desdobramento da Operação Clean. Dudu chegou a apontar um fuzil para Léo.

A Operação Clean mirou um suposto esquema de desvio de recursos públicos após as chuvas que devastaram a cidade em fevereiro de 2022.

Juiz aceitou denúncia
A denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) foi apresentada ao juiz da 1ª Vara Criminal e Juizado Especial Criminal e da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Petrópolis, Afonso Henrique Castrioto Botelho, que a aceitou.

Léo França foi presidente da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) e se elegeu vereador em 2020.

De acordo com as investigações, o MPRJ, Dudu primeiro procurou Bomtempo e afirmou que ele e Léo seriam alvos de uma fictícia segunda fase da Operação Clean, por causa de supostas fraudes na
Comdep. Para que não fossem investigados, exigiram R$ 2 milhões.
A denúncia narra um segundo encontro, desta vez entre Gonçalvez e Bomtempo. O homem teria dito ao prefeito que tinha “um primo lotado na 105ª DP” que poderia manipular os inquéritos, desde que
pagassem os R$ 2 milhões.

Crime horas após operação
O prefeito de Petrópolis informou que “o crime de extorsão se iniciou horas após a deflagração da Operação Clean” e que “os três réus tiveram acesso aos celulares apreendidos e passaram a abordar as vítimas com a ameaça de instauração de inquéritos, ainda que não houvesse motivo real para tanto”.

O parlamentar disse que protocolou a denúncia em agosto de 2022. Ele destacou que tem “profundo respeito pela Justiça”. “Não posso me calar diante de um grupo que tenta a todo custo fazer politicagem, desestabilizar e descredibilizar o trabalho e a minha luta pelo povo de Petrópolis”, afirmou. (com informações do g1)