Vigilante é morto em operação da Polícia Civil na Zona Norte

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Érica Carneiro com os documentos de David Carlos: “Ele era trabalhador, foi morto igual traficante, meu marido merecia viver”/Reprodução

 

Equipe fazia incursão na Comunidade Furquim Mendes, quando David Carlos Correa Carneiro foi atingido por um tiro de fuzil, ao sair de casa para trabalhar

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte do vigilante de David Carlos Correa Carneiro, de 43 anos, durante uma operação da Polícia Civil, na última quarta-feira (12), na Comunidade Furquim Mendes, no Jardim América, Zona Norte do Rio. A vítima, que ficou no meio do confronto entre policiais e criminosos foi atingido nas costas por um tiro de fuzil.

De acordo com a mulher de David, ele seguia para o trabalho no momento em que a polícia entrou na favela. “Ele estava a caminho do ponto de ônibus pra ir trabalhar quando o pegou nas costas (dele)”, disse Érica Carneiro.

Parentes disseram que o tiro teria partido de um blindado da Polícia Civil. A instituição diz que os policiais civis não estavam perto de onde David foi alvejado. “Ele era trabalhador, foi morto igual traficante, meu marido merecia viver”, desabafou a mulher que estava casada com a vítima há 23 anos. O vigilante chegou a ser socorrido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, na Penha, mas já chegou morto. Parentes e amigos protestaram pedindo justiça.

Outra versão
Ainda segundo a família do vigilante, a versão apresentada pela polícia não é o que de fato aconteceu na comunidade. Os parentes querem respostas do estado.
“Não tinha operação, a comunidade cheia de criança em férias na escola. Os policiais já entraram dando tiro, poderia ser qualquer pessoa”, disse Wellington Carneiro, filho do vigilante.

O que dizem as Polícias Civil e Militar
A Polícia Civil confirmou que no momento em que David foi atingido havia uma operação na região. Mas, disse que os agentes estavam em um ponto distante do local onde o morador foi atingido. Afirmou também que a ação tinha como foco capturar envolvidos em diversos roubos de automóveis, cargas e latrocínios na região.

Durante a operação, segundo a Civil, cinco suspeitos foram presos. Ainda de acordo com a instituição, quatro deles foram baleados em confrontos com os agentes. Todos eles têm antecedentes criminais.