Zinho teve o cabelo e a barba raspados no presídio de Bangu 1

Foto do miliciano Zinho após dar entrada no sistema penitenciário (acima). Mansão de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho/Reprodução
Chefe da maior milícia do Rio está em cela de cerca de 6 m² da Penitenciária
Laércio da Costa Pelegrino. Bandido tem medo de ser assassinado dentro da
cadeia
Reportagem do g1 mostrou a foto do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho,
chefe da maior milícia do Rio, tirada após ele dar entrada no sistema penitenciário
do Rio no último domingo (24). Ele teve o cabelo e a barba raspados no presídio e
está isolado em uma cela de cerca de 6 m² da Penitenciária Laércio da Costa
Pelegrino, conhecida como Bangu 1, de segurança máxima, na Zona Oeste.
Ao dar entrada no sistema, o bandido se declarou soropositivo e portador de
diabetes. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) realizou exames para
confirmar as informações do preso.
As imagens do sistema costumam ser feitas no presídio de Benfica. No entanto,
como Zinho é considerado um preso de altíssima periculosidade, uma equipe do
Detran foi até Bangu para que as imagens e as digitais dele fossem colhidas.
Área neutra
O miliciano trocou de cela e foi transferido para uma área “neutra” de organizações
criminosas no presídio de segurança máxima. Segundo fontes do sistema penal,
Zinho teme ser assassinado dentro da cadeia.
Quando foi levado para Bangu 1, ele estava em uma área reservada do presídio
com outros 11 milicianos, incluindo pessoas ligadas ao seu rival, Danilo Dias Lima,
o Tandera, que é foragido da justiça.
Na cela anterior, Zinho estava na mesma galeria que Taillon de Alcântara Pereira
Barbosa, acusado de chefiar a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio,
junto com o pai.
Taillon era alvo de traficantes que executaram, por engano, o médico Perseu
Ribeiro de Almeida, com outros dois colegas, em um quiosque, na Barra da Tijuca,
no início de outubro.
Cópia de inquérito na mansão do miliciano
Na mansão de Zinho, avaliada em R$ 1,7 milhão, agentes encontraram uma cópia
de um inquérito policial que investiga o assassinato de um ex-policial militar.
O caso foi enviado ao Ministério Público, que devolveu à Polícia Civil pedido de
novas diligências.
A apreensão ocorreu em 2019, quando a polícia conseguiu o sequestro dos bens
dele e de outros milicianos na época.
A principal hipótese da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) é que o crime,
ocorrido em 2017, tem ligação com a ascensão do irmão de Zinho, Wellington da
Silva Braga, o Ecko, ao comando da milícia de Santa Cruz.
Na época, Zinho era considerado um homem forte nas finanças da organização
criminosa. Em 2021, ele se tornou o chefe da milícia, e comandou a organização
criminosa, segundo as investigações do MP e da Polícia Federal, até se entregar à
PF, no último domingo (24).